Japão tem jornal biodegradável com sementes que podem ser plantadas após a leitura
- Caio Neuenschwander
- 19 de dez. de 2024
- 3 min de leitura
Atualizado: 10 de jan.

Foto: mainichi.jp
No mundo cada vez mais preocupado com a sustentabilidade, o Japão apresentou uma inovação que une tecnologia, educação ambiental e reaproveitamento de recursos: o jornal biodegradável que pode ser plantado após a leitura. Criado pelo editor The Mainichi Shimbunsha, o chamado "jornal verde" utiliza papel biodegradável com sementes embutidas, que, ao serem plantadas, se transformam em flores ou ervas, promovendo a biodiversidade e o engajamento ambiental.
A Ideia por Trás do Jornal Verde
A proposta do jornal plantável surgiu com o objetivo de combater a poluição urbana e incentivar práticas sustentáveis nas cidades japonesas. O The Mainichi Shimbunsha também viu nessa iniciativa uma forma criativa de educar as pessoas sobre questões como mudanças climáticas e sustentabilidade. A primeira edição especial foi lançada em 4 de maio de 2016, durante o Dia da Natureza no Japão. Desde então, o jornal tem conquistado grande popularidade, com uma circulação de mais de 4 milhões de exemplares diários.

Foto: mainichi.jp
Como o Jornal Funciona?
Produzido com materiais 100% biodegradáveis, o jornal é impresso com tinta à base de plantas e utiliza um tipo de papel que contém sementes incorporadas. Essas sementes são cuidadosamente selecionadas para promover a biodiversidade local. Entre as variedades disponíveis estão margaridas, papoulas e outras flores que atraem polinizadores, como borboletas, além de ervas aromáticas, como manjericão e coentro. Para plantá-lo, basta rasgar o papel em pequenos pedaços, colocá-los no solo, regar e aguardar o crescimento.

Foto: mainichi.jp
Benefícios e Impactos Ambientais
Além de oferecer uma alternativa ecológica para o descarte de jornais tradicionais, o jornal plantável também desempenha um papel importante na educação ambiental. Escolas japonesas têm usado o material como ferramenta pedagógica, ensinando as crianças sobre a importância da reciclagem, da preservação ambiental e do papel dos polinizadores no ecossistema. Outra vantagem é a contribuição para a promoção de políticas verdes nas áreas urbanas, incentivando os cidadãos a se envolverem mais ativamente com questões ambientais.

Foto: mainichi.jp
Comparativos e Iniciativas Globais
Embora a ideia do jornal plantável seja uma inovação japonesa, outras regiões do mundo têm adotado abordagens semelhantes. No Brasil, a empresa Papel Semente é pioneira no desenvolvimento de produtos sustentáveis feitos com papel plantável. Entre os itens oferecidos pela empresa estão cartões empresariais, convites, brindes ecológicos e embalagens. Essa tendência está ganhando espaço em diversos setores, desde o marketing até o design de produtos, mostrando que a sustentabilidade pode ser criativa e eficiente.
Na Europa, onde a taxa de reciclagem é de aproximadamente 74%, produtos como cartões de felicitação, papéis de negócios e folhetos com sementes também têm se tornado comuns. Além disso, iniciativas empresariais ao redor do mundo estão adotando materiais ecológicos, como folhas plantáveis e cartões biodegradáveis, para promoções e comunicações corporativas.
Sucesso e Reconhecimento
Desde seu lançamento, o "jornal verde" do The Mainichi tem sido amplamente reconhecido por seu impacto positivo. Além do sucesso comercial, com receitas que ultrapassam 80 milhões de ienes (cerca de 3 milhões de reais), o projeto também conquistou a confiança e o apoio de diversas instituições educacionais e organizações ambientais. O modelo não apenas amplia a vida útil dos jornais, mas também mostra como o uso criativo de materiais sustentáveis pode gerar valor e conscientização ambiental.
O "jornal verde" é uma prova de que soluções simples e criativas podem gerar grandes impactos. Ao unir educação, engajamento social e inovação tecnológica, o projeto se destaca como um exemplo de responsabilidade ambiental. Com a adesão crescente a ideias sustentáveis ao redor do mundo, o futuro parece cada vez mais promissor para iniciativas como essa.
Comments